O desconforto salva.
July 4, 2015
Todos os executivos sabem que uma boa estratégia é importante. Mas quase todos acham assustador o seu processo de construção. A razão é que isto os obriga a enfrentar um futuro desconhecido, temendo que um erro destrua a carreira ou o negócio.
Normalmente sou abordado para construir importantes planos de negócios, especialmente aqueles destinados a processos de fusões e aquisições; sendo comum encontrar conflitos explícitos entre a estratégia empresarial adotada no momento e o plano proposto.
Nesta situação, a reação natural dos executivos é procurar amenizar o desafio e transformá-lo em um problema que pode ser resolvido com coloridas apresentações de Power Point e planilhas mal embasadas, projetando custos e receitas muito distantes da realidade.
Estas estratégias e planos de negócios mal elaborados, ou seja, elaborados para se encaixarem em uma inspiração falsa, têm dificultado muito os processos de fusões e aquisições e em casos mais graves acabam destruindo grande parte do valor das empresas.
No Brasil, onde o pragmatismo normalmente perde para o “somebody to love” e para o “Power Point”, os exemplos clássicos disto são alguns bancos estrangeiros (não é necessário citar nomes), cujo a soma do market share das dezenas de aquisições é vergonhosamente muito inferior ao market share atual e continua caindo até que os acionistas um dia acordem.
Mentir ou ocultar dados e possibilidades durante o processo de construção das estratégias e planos de negócios, pode ser uma excelente maneira de lidar com o medo do desconhecido. Mas o medo e o desconforto são partes essenciais da construção da estratégia. Na verdade, se você está totalmente confortável com a sua estratégia ou com seu plano de negócio, você provavelmente está preso em armadilhas.
Você precisa ser desconfiado e apreensivo, pois uma boa estratégia e um bom plano de negócio consiste quase sempre em fazer apostas e escolhas difíceis. É um processo em que o objetivo não é eliminar o risco, mas aumentar as chances de sucesso, revistando sempre o que será necessário para conseguir o que se deseja e em seguida avaliar se é realista prosseguir. Em resumo; você deve manter sempre a estratégia onde ela deve estar: fora da zona de conforto.



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